AREPO fez o lançamento do CD da ópera de câmara “Regresso da Norma”, no Centro de Artes e Criatividade de Torres Vedras, no dia 23 de janeiro.
A AREPO (Associação de Ópera e Artes Contemporâneas) lançou, no dia 23 de janeiro, o CD e nas plataformas digitais a ópera de câmara “Regresso da Norma”, no Centro de Artes e Criatividade de Torres Vedras.
A ópera apresentada foi estreada a 31 de agosto, em Torres Vedras, nos Claustros da Graça e mais tarde em Mafra. A direção musical das récitas coube ao maestro Rui Pinheiro, que com os cantores Sónia Alcobaça, Susana Teixeira e Rui Baeta e o ensemble instrumental, deu vida a esta peça “músico-teatral que se interroga, entre outras vertentes, sobre uma existência pandémica (a)normal”, referiu a musicóloga, Paula Gomes Ribeiro, na apresentação do lançamento do CD.
Além da musicóloga, estiveram presentes o compositor Luís Soldado, a encenadora e atriz Linda Valadas e o libertista escritor Rui Zink, onde entre a apresentação de alguns momentos musicais interpretados ao vivo por Rui Baeta (Barítono), Susana Teixeira (Mezzo Soprano) e o ensemble composto por Francisco Ramos (violino), César Luís (trompa) Sofia Azevedo (violoncelo) e Romeu Santos (contrabaixo), esclareceram alguns momentos desta ópera de câmara.
Segundo os intervenientes esta ópera foi construída “para três lugares. Foi pensada em termos de apresentação de expositivo cénico, em simultâneo para três momentos. Ou seja, a ópera foi estreada em Torres Vedras nos Claustros da Graça que seria apresentada durante o dia e à noite também (com dois conceitos diferentes de objeto artístico) e uma terceira, num espaço cénico completamente distinto quer a nível acústico, quer a nível de recursos”.
“Poderá uma ópera ajudar a refletir sobre a pandemia? Esta foi a pergunta que tanto eu como o Rui Zink e a Linda Valdas fizemos durante todo o processo criativo. Esta ópera mistura muitos dos sentimentos pelos quais todos passámos: o medo, a solidão, a perda e a incredulidade de inúmeras situações absurdas e cómicas. A ópera é também sobre o regresso à normalidade, pelo qual todos ansiamos”, refere Luís Soldado.
Sobre a ópera de câmara “Regresso da Norma”
Num estranho acaso, um transtorno temporal, Luana e Baluardo encontram-se porque ambos fogem de uma ameaça. Apenas não é claro que seja a mesma. São surpreendidos por um fantasma ameaçador, que afinal é apenas Urraca, disfarçada porque também ela está a ser perseguida.
O Regresso da Norma “põe em cena três dimensões. Se o sentido mais imediato para a Norma é a referência à incontornável figura da tradição operática trabalhada por Bellini, em contrapartida nesta interpretação a norma reverbera a ambiguidade vivida ao longo dos últimos dois anos, no contexto da pandemia, com o normal como desejo e fantasma. A ópera estende-se ainda a um contexto mais abrangente que o da presente situação, com nuances que nos convidam a pensar o passado, o presente e o futuro, num convite à vida.”